terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Capital Intelectual
Capital Intelectual no contexto empresarial pode ser associado e explicado pela compreensão do que significa, atualmente, a Sociedade do Conhecimento e a conseqüente valorização do conhecimento como recurso econômico.
Inseridas em um ambiente economicamente competitivo, as organizações empresariais fazem uso intenso desse recurso do conhecimento a fim de se manterem competitivas e esse fato vem impactando, sobremaneira, nas suas atividades, estruturas gerenciais e desempenhos. Conseqüentemente, a materialização da aplicação desse recurso, mais as tecnologias disponíveis, empregadas para garantir as suas continuidades, produzem benefícios intangíveis que lhes agregam valor. A esse conjunto de elementos intangíveis tem-se denominado Capital Intelectual (DRUKER, 1993; BROOKING, 1996; SVEIBY, 1998; EDVINSSON e MALONE, 1998; STEWART, 1994, 1998, 2001).
1. Referencial
O Capital Intelectual está diretamente relacionado aos elementos intangíveis resultantes das atividades e práticas administrativas desenvolvidas pelas organizações para se adaptarem à realidade atual e nela e atuarem (BROOKING, 1996; STEWART, 1998, 2001; PABLOS, 2002; LEV, 2001, 2003, 2004).
Na visão dos referidos autores, esses investimentos trazem benefícios intangíveis às organizações e capacita o seu funcionamento, agregando-lhes valor e foram propiciados, principalmente, pelas revoluções nas áreas da tecnologia da informação e das telecomunicações que, por sua vez, também propiciam as condições atuais da Sociedade do Conhecimento (BROOKING, 1996; CRAWFORD, 1994).
2. Classificação dos Elementos do Capital Intelectual
2.1 Classificação segundo Brooking:
Ativos de Mercado: Potencial que a empresa possui em decorrência dos intangíveis que estão relacionados ao mercado, tais como: marca, clientes, lealdade dos clientes, negócios recorrentes, negócios em andamento, canais de distribuição.
Ativo Humano: Benefícios que o indivíduo pode proporcionar para as organizações por meio de sua expertise, criatividade, habilidade para resolver problemas, tudo visto de forma coletiva e dinâmica.
Ativos de Propriedade Intelectual: Ativos que necessitam de proteção legal para proporcionarem às organizações benefícios tais como know-how, segredos industriais, copyright, patentes, design.
Ativos de Infra-Estrutura: Tecnologias, metodologias e processos empregados como cultura organizacional, sistema de informação, métodos gerenciais, aceitação ao risco, banco de dados de clientes.
Fonte: Adaptado de BROOKING (1996, p.13-16).
2.2 Classificação segundo Edvinsson e Malone:
Capital Humano: Combinação de conhecimento, habilidades, capacidade de inovação e capacidade dos empregados em desenvolver tarefas. Valores, cultura e filosofia empresarial.
Capital Estrutural: Hardware, software, banco de dados, estrutura organizacional, patentes, marca e tudo o mais que dá suporte para a produtividade dos empregados. Clientes e relações desenvolvidas com eles.
Fonte: Adaptado de EDVINSSON e MALONE (1997, p.11).
2.3 Classificação segundo Sveiby:
Estrutura Externa: Marcas, marcas registradas, relações com clientes e fornecedores, imagem da empresa.
Estrutura Interna: Estrutura organizacional, estrutura gerencial, estrutura legal, sistemas, pesquisa e desenvolvimento, software.
Competência Individual: Envolve a capacidade de agir em diversas situações para criar ativos tangíveis e intangíveis.
Fonte: Adaptado de SVEIBY (1998, p.14).
REFERÊNCIAS:
BROOKING, A. Intellectual Capital: core asset for the third millennium enterprise. Boston: Thomsom Publishing Inc., 1996.
CRAWFORD, R. Na era do capital humano. São Paulo: Atlas, 1994.
DRUKER, F.P. Sociedade Pós-Capitalista. São Paulo: Pioneira, 1993.
EDVINSSON, L. MALONE, M.S. Capital Intelectual. New York: Makron Books, 1998.
LEV, B. Measuring the value of Intellectual Capital. Ivey Business Journal. New York, march/april, 2001, p.16-20.
PABLOS, P.O. Evidence of intellectual capital measurement from Asia, Europe and Middle East. Journal of Intellectual Capital, Denmark, 2002, v.3, n.3, p.287-302.
STEWART, T.A. The wealth of knowledge: intellectual capital and twenty-first century organization. New York: Currency Book, 2001.
SVEIBY, K.E. A nova riqueza das organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
Fonte: Revista Brasileira de Gestão de Negócios – FECAP, Ano 7, Número 19, Set./Dez. 2005, p.9-20.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário